Revista

(por Fernanda Scherer e Caio)

 

            Revistas são publicações impressas, periódicas, de cunho informativo, jornalístico ou de entretenimento, que têm como função aprofundar o conhecimento do público em áreas segmentadas que fazem parte de seu interesse. Ao contrário do jornal, as revistas dão informações mais específicas sobre determinadas áreas, segmentando o público.

            Nos países anglo-saxões e em alguns países europeus, revistas são chamadas de “magazines”. A origem dessa palavra é árabe, e significa loja. Ou seja, em uma revista, assim como em uma loja, há a opção de escolha, não sobre o que se quer comprar, mas sobre o que se quer ler.

            A origem das revistas se confunde com a dos jornais; no começo, ambos tinham cara de livros. Porém, enquanto os livros tratavam de um mesmo tema com um só autor, a revista inovou, ao tratar de um mesmo tema com autores e assuntos variados. A origem da revista advém de pôsteres de moda feitos em 1586. Seria não só a primeira revista, como também a primeira revista de moda, no entanto eram gravuras soltas, que não configuravam uma publicação. O nome da primeira revista de fato era Edificantes Discussões Mensais, nascida em Hamburgo, Alemanha, em 1663. Feita por um teólogo alemão, Johann Rust, inaugurou uma segunda característica das revistas: a segmentação. A revista só falava sobre religião, portanto, para o segmento de leitores que se interessava por religião. Após a novidade, surgiram rapidamente revistas na Europa sobre ciências, filosofia e literatura.

            O passo seguinte foi a invenção, na França, em 1672, da revista de interesse geral, com assuntos variados reunidos sob um mesmo título. O Mercúrio Galante publicava crônicas sobre a Corte, anedotas elegantes e poesia. Vinte anos mais tarde, surgiu a primeira revista feminina da história: Mercúrio das Senhoras, que se parece com Mercúrio Galante, pois também fazia a crônica da Corte, publicava poesia, no entanto, mostrava desenhos de roupas, moldes para vestidos e bordados.

            Até 1830, revistas eram produtos caros, de elite, consumidos pelas classes mais altas, de formação escolar avançada. O negócio tal qual o conhecemos hoje nasceu quando um inglês decidiu fazer uma revista com preço de capa barato. Sabe-se que essa primeira revista popular tinha matérias leves de entretenimento, informação variada. Como esse tipo de conteúdo interessava a uma quantidade maior de leitores, e com a ajuda do preço de capa baixo, a revista vendeu mais, a circulação maior atraiu anunciantes. O avanço tecnológico aperfeiçoou os sistemas de produção e de impressão em massa, e as revistas foram produzidas a preços unitários cada vez menores.

            A revolução seguinte viria em Londres, em 1842, com uma novidade no visual das revistas: a primeira revista ilustrada. Chamava-se The Illustrated London News. Tinha gravuras feitas por artistas conhecidos, que reproduziam os acontecimentos em desenho, como fazem até hoje a mídia impressa e a televisão, quando não têm imagens do fato. A nova fórmula de revista ilustrada foi muito aperfeiçoada com a chegada da fotografia na imprensa, e essa tecnologia impulsionou o aparecimento de revistas no mundo inteiro.

            Em 1888, funda-se nos Estados Unidos uma associação científica, com o objetivo de difundir o conhecimento da geografia. Chamava-se National Geographic Society. A revista científica foi a primeira a usar fotos pintadas à mão, em 1910; e a primeira a usar fotos coloridas, em 1914. Seu maior feito foi mostrar, primeiro para os leitores americanos, depois para os de outros países, partes do mundo com que ninguém sequer sonhara, com qualidade de imagem e de reportagem que até hoje não foi superada.

            Três grandes revistas femininas já comemoraram mais de 100 anos de vida: Harper´s Bazaar, de 1867; Ladies’ Home Journal, de 1883; Good Housekeeping, de 1885; e Vogue, de 1892. Todas continuam a ser publicadas, mas apenas duas delas, com muito sucesso: Vogue e Goodhousekeeping.

            Já na era moderna, em 1992, uma grande idéia que resultaria numa das maiores revistas de todos os tempos: uma revista que apresentava os melhores artigos que encontravam nas outras revistas e jornais. São hoje 48 edições em 19 línguas, a Reader´s Digest no Brasil é Seleções.  Em 1923, dois jovens lançaram nos Estados Unidos uma revista chamada Time, The Weekly News-Magazine, que lançou um a revista semanal de notícias. A grande idéia foi sumarizar as notícias importantes que os jornais publicavam durante a semana, dando-lhes contexto e opinião. Time apresentava 28 páginas editoriais, que podiam ser lidas em meia hora. “O homem ocupado não tem tempo para perder”, diziam Hadden e Luce, criadores da revista Time.

Enfim, as revistas em quadrinhos. Elas nasceram da idéia de juntar as tiras publicadas diariamente nos jornais, em uma revista. Era, portanto, uma republicação das histórias que saiam nos jornais. As primeiras revistas com histórias inéditas só surgiram em 1934 e só em 1938 aparece o primeiro super-herói: o Superman. Donald e Mickey já haviam passado dos desenhos animados para tiras de jornal no começo da década, mas só viraram revista em 1940.

            Life, de 1936, surpreendeu no jornalismo de revistas. Foi a primeira revista ilustrada a usar a reportagem fotográfica como fórmula básica. Chegou a vender mais de 6 milhões de exemplares por semana e morreu vítima do aparecimento de um veículo de massa mais potente, a televisão, onde os anunciantes podiam falar com mais gente por um preço menor.

            Nasce na França, 1945, uma revista semanal feminina que restituiu à mulher francesa o gosto pela vida. Mulheres haviam passado por uma guerra, um longo período de privação e sofrimento, muitas perderam os maridos, namorados e parentes, passaram fome: precisavam muito de algo que as fizesse recuperar a auto-estima. Elle foi essa revista, que mostrou à mulher francesa como era possível recuperar a feminilidade com pouco dinheiro. Além disso, acrescentava a esse serviço uma visão cultural da França que renascia, e falava sobre novos costumes e personagens. Não foi a primeira, mas foi a revolucionária.

            Então, para a alegria do público masculino, nasce em 1953, uma idéia simples e ousada: era a revista Playboy. À fórmula do jornalismo foram acrescentadas fotos da “garota da porta ao lado”, o fetiche da vizinha, inteiramente nua, mas sempre com muito bom gosto, com muita classe. Marilyn Monroe estava na primeira edição, nua. Mas a novidade era fotografar moças de família, que ninguém poderia imaginar que apareceriam daquele jeito numa revista masculina.

            Para provar que os problemas de jovens solteiras, interessadas em carreira, independência, relacionamento e sexo são iguais no mundo inteiro surgiu a revistas Cosmopolitan, ou, no Brasil, a revista Nova. Tem hoje 57 edições internacionais, em países tão diversos quanto Croácia, Índia, China e Japão. A Nova é a única que não se chama Cosmopolitan, pois o nome é muito complicado para o mercado brasileiro.

            People foi lançada nos Estados Unidos em março de 1974, e inaugurou o jornalismo de personalidades, nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, publicava também histórias humanas de personagens desconhecidos. Segundo sua fórmula editorial, a revista contaria feitos ordinários de pessoas extraordinárias, e feitos extraordinários de pessoas ordinárias. “Jovem é melhor do que velho, bonito é melhor do que feio, rico é melhor do que pobre, televisão é melhor do que música, música é melhor do que cinema, cinema é melhor que do esportes e qualquer coisa é melhor do que política, mas nada é melhor do que a morte de uma celebridade...” Richard Stolley, o primeiro diretor de People.

            A história das revistas brasileiras começa em 1812. A primeira é O Cruzeiro.  Era semanal, e foi fruto da visão de seu fundador, Assis Chateaubriand, proprietário da maior cadeia de jornais que já existiu neste país, também era dono dos Diários Associados, um conglomerado que contou com mais de cem jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e agência telegráfica. Como distribuía seus jornais em bancas pelo Brasil inteiro, O Cruzeiro nasceu com rede de distribuição garantida. Seus redatores eram os grandes nomes da literatura e das artes plásticas daquela época. A revista morreu quando começou a forjar matérias escandalosas. Senhor foi a primeira revista mensal, e viveu de 1959 a 1964. Era uma revista bonita e inteligente. Chamou os melhores textos, ilustradores, fotógrafos e artistas gráficos do Rio de Janeiro daquela época. Realidade, a segunda revista, nasceu com um design gráfico que realçava o impacto do jornalismo. Realidade tinha grandes reportagens que tratavam de temas que eram tabus no Brasil dos anos 60.

            Enfim, apesar de Veja ser inspirada na fórmula de Time, foi certamente uma grande idéia, inovadora para o Brasil. Há muitos anos é a maior revista deste país, exceção no panorama internacional. E Veja também introduziu algumas novidades na fórmula, como as famosas entrevistas das páginas amarelas.

            A revista possui vantagens, das quais podemos mencionar o fato de que trata de assuntos específicos, portanto apresenta um público bem característico, com um alto grau de seletividade geográfica e demográfica (segmentação). Apresenta também um laço próximo com os seus consumidores gerando credibilidade e prestígio, além de ser um produto de alta qualidade, ter uma longa vida e ter uma boa circulação por leitores (uma mesma revista é lida em média 4 vezes). Entretanto, o espaço para anúncio é caro, precisa ser comprado com bastante antecedência e apresenta um custo bastante elevado para o consumidor.

            Como gêneros, destacam-se: atualidades, adolescente, arte e cultura, automobilismo, casa e decoração, celebridades, divulgação científica, economia, esporte, femininas, informática, informação geral, masculinas, história, design, arquitetura e urbanismo, culinária, saúde, moda, corte e costura, política e legislação, religião, viagem e ambiente.

            Os formatos mais comuns para a venda são, na seqüência, a página dupla, página simples, 2/3 vertical, 1/2 página horizontal, 1/3 vertical:

 

            A periodicidade pode ser mensal / bimestral / quinzenal / semanal etc. Circulação é o número total de exemplares vendidos através de todos os canais de distribuição (assinaturas e bancas), e tiragem é o número total de exemplares impressos.

            Há formatos e produtos diferentes do tradicional, para anunciar em revistas. São direcionados a criar soluções com conteúdo customizado. São revistas customizadas, comunicação integrada a campanhas, conteúdo publicitário especial, soluções gráficas diferenciadas. Exemplos: anúncio com cheiro, anúncio com gosto, anúncios com cortes diferenciados, etc. O Benefício desses tipos de anúncios é estabelecer um vínculo com os consumidores, e possíveis consumidores, por meio da interação. São anúncios personalizados, que estimulam resultados no fortalecer da imagem institucional da empresa anunciante, o que otimiza os investimentos da empresa na área de comunicação.